O Futebol Feminino em Goiânia e a sua realidade
O Futebol Feminino em Goiânia e a sua
realidade
“Fui proibida de jogar futebol durante quatro
anos, meu padrasto me proibiu e isso atrapalhou bastante minha carreira.”
A
realidade do futebol feminino no Brasil não é nada fácil, isso muita gente já
sabe pelas coisas que lemos e vemos nos meios noticiosos. Porém, quando você
começa a vivenciar o dia-dia das atletas, como exemplo que vos escreve,
percebe-se que a realidade é um pouco pior. Dificuldades financeiras, preconceitos,
falta de apoio, assédio, palavras de baixo calão, são algumas das coisas que as
atletas passam no cotidiano do futebol feminino. Desta maneira podemos
refletir, por que isso ainda existe na sociedade? Qual seria a razão da diferença de estrutura entre o futebol feminino e o masculino? Sempre a mesma desculpa, “o homem no futebol da mais
retorno do que a mulher”. Por que então não investir no futebol feminino como
no masculino? São necessárias mudanças para o crescimento da modalidade feminina
no Brasil.
O
apoio da família nos sonhos é fundamental, afinal existem momentos que você não
está bem, o corpo já não está com a mesma agilidade da mente e para uma atleta
ou um atleta de futebol isso é comum, pode sim acontecer de certo dia não
treinar bem, não jogar bem, não conquistar aquilo que almeja.
A
família é um grande aliado para o sonho de se tornar uma jogadora de futebol,
porém não é necessariamente isso que temos na realidade do futebol feminino. Preconceitos,
pensamentos ultrapassados podem ser fatores que atrapalham no prosseguimento na
carreira da atleta de futebol.
Maior
abertura na mídia, mais equipes de futebol na cidade de Goiânia, são algumas das
soluções que Ana Flávia acredita que contribua para o crescimento do futebol feminino
em Goiânia, conforme a declaração no vídeo abaixo:
Viver do futebol feminino até os dias atuais é algo difícil e às vezes inexistente, ter a profissão de treinadora de futebol está na mesma levada das dificuldades enfrentadas pelas atletas, salários baixíssimos, falta de apoio, renda, muita das vezes tendo que possuir outras profissões para conseguir literalmente viver.
A treinadora da equipe do Goiás/Aliança
Christiane Guimarães (ou apenas Cris), conta que viver do futebol feminino em
Goiânia como treinadora não é possível. Ser treinadora de futebol é mais pelo
amor ao esporte e pela vontade de ver a modalidade crescer na cidade e estado.
Confira o áudio abaixo da treinadora,
falando sobre:
Patrícia Menezes, é dirigente da equipe do Aliança há 20 anos, com uma experiência enorme no futebol, até mesmo por ter sido jogadora, Patrícia tem um poder de fala importante, visões como dirigente e jogadora. Vivenciou momentos do futebol feminino que comprovam o seu entendimento e poder de fala. A dirigente diz que os mesmos problemas de hoje em dia, são os mesmos enfrentados desde sempre, falta de patrocínio, investimento, sem estruturas, sem recursos para o desenvolvimento.
Patrícia diz: “A falta de visão para o futebol feminino, falta
de desenvolvimento em todos os quesitos como departamento médico, fisioterapêutico,
clinico, psicólogos. Precisamos de uma estrutura não só da parte técnica, mas
essas partes que envolvam todo extra campo, porém os clubes não oferecem isso
aqui em Goiânia. A mídia, o empresário não acredita no futebol feminino goiano.
Falta visibilidade e claro, recurso.”
É preciso
acreditar mais no futebol feminino, elas precisam de mais valor, atenção, elas
são capazes, resta à sociedade em geral perceber isso e abrir o espaço para a
modalidade feminina, a dirigente Patrícia Menezes diz: “é essencial a
visibilidade, uma melhor atuação da Federação Goiana de Futebol e das políticas
públicas, colocando projetos nas escolas, centros comunitários para a prática
do futebol feminino para que possa existir um crescimento e também que os
empresários acreditem, porque uma hora vai ter um bom retorno”.
Sendo
assim, devemos abrir mais portas ao futebol feminino, estamos vivendo no século
XXI, onde muitas pessoas dizem que é o século das inovações, revoluções, então
devemos fazer valer a pena este momento, uma maior atenção e respeito ao
futebol feminino goiano e nacional, torcedores cobrando mais de dirigentes de
clubes sobre o futebol feminino, investimentos, mais campeonatos, mais clubes,
existem atletas querendo espaço ou vamos querer viver somente em cima das
costas da jogadora Marta? Será que se existir uma atenção, quantas Martas podem
aparecer? É necessário abrir a mente e espaço para as mulheres no futebol, imediamente!
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